Tuesday 20 November 2007

De Madrid al cielo..

Alea Jacta Est

E foi daqui que tudo começou. Sair de casa, apanhar um vôo rumo a outra cidade, outra cultura.
Começar de novo. Do zero. Novas caras, novos sorrisos, novas estradas a percorrer. Um novo espaço ao qual se chama casa. Novas pessoas que se tornarão família.
A divisão do resto do continente nesta tão coroada península fez-nos partilhar os meus povos, a mesma origem de língua, a mesma sede de conquista, as mesmas guerras, o mesmo rei. Somos como sempre fomos, irmãos.
Irmãos do mesmo sangue derramado. Sempre caminhando lado a lado mas com personalidades muito distintas.
O espanhol tem o flamenco, o português tem o tão triste fado. O flamenco é a explosão de sentimentos, a raiva, o amor, o ciúme. O fado é a tristeza, a saudade, é o chorar por um passado que jamais voltará a ser.

Sigo por um caminho que não sei onde vai dar. Neste momento leva-me ás minhas raízes. As quais foram anunciadas numa infância e em vidas anteriores.
Ah, o flamenco.Faz tão parte de mim. E de uma forma que não se vê, tal como uma chama, que queima e consome a alma. A paixão. A paixão lusitana. O amar o dia, tal como ele é, único. Porque só se vive um dia de cada vez. Mas também só se vive uma vez. Esta é a filosofia latina; “A vida é uma peça de teatro, que não permite ensaios. Por isso, canta, chora, ri, dança e vive intensamente, antes que a cortina feche e a peça termine sem aplausos”

O dia aqui começa de uma forma diferente. O “Hola” a todos por quem se passa. O hercúleo contraste com o “Olá” português tão frio e distante.
Espanha deu-me o alento que precisava. Para levantar a cabeça e sair todos os dias á rua com a vontade de conquistar o mundo.
De viver Madrid. E ensinou-me que depois de Madrid, só mesmo “el cielo”.

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